terça-feira, outubro 19, 2004

O assumir de posições

O jornal a Capital dá hoje um importante e inovador passo na relação dos media com os seus leitores. Assume uma posição clara quanto ás eleições Americanas, desejando que Bush não ganhe e como tal torcendo pela vitória de John Kerry.
Não discuto a opção tomada quanto ao candidato, mas aproveito para saudar a coragem de assumir publicamente uma posição e torná-la clara aos olhos dos seus leitores. É mais sincero. Assim saberemos que a sua linha editorial será mais favorável no tratamento de noticias que envolvam a candidatura de Kerry, dando-lhe por exemplo mais espaço do que a Bush, mas e isso é importante que se frise neste momento, nunca perdendo a objectividade e nunca deturpando a realidade.
Este é um hábito mais em voga na imprensa americana, NYTimes também anunciou a sua posição, mas que em Portugal não tinha sido expresso desta forma e como tal é de louvar este assumir de posição com os riscos daí inerentes. O futuro nos dirá se esta atitude se verificará também quando de eleições nacionais.
Em Portugal o passado prova-nos que ouve um assumir de posições no caso de Timor Leste, o que possibilitou que isso passa-se a ser um assunto nacional e mobilizador da opinião pública Portuguesa. O livro de estilo do Público, a título de exemplo, refere que em situações em que esteja em causa os direitos humanos ou a independência nacional o jornal toma uma posição clara e assume-a sem rodeios.
Veremos como reagiremos.

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