quarta-feira, junho 23, 2004

Contas eleitorais

Eleições que se prezem dão sempre azo a profundas ilações e a um rol imenso de análises. As ultimas europeias não escaparam a esse turbilhão. E a mais uma tentativa de criar atritos na coligação governamental.

É certo que na prática o PSD ficou com menos 2 deputados e o CDS manteve os 2 que tinha. É igualmente verdade que nas eleições de 1998 o 9º deputado do PSD foi o último a entrar, tendo essa sorte cabido desta vez a Ribeiro e Castro do CDS eleito na coligação "Força Portugal". Convém lembrar também que neste acto eleitoral se elegiam apenas 24 deputados contra os 25 das eleições de 1994 e de 1989. Ou seja, havia desde logo um a menos, que se fizessemos a extrapolação caberia a sorte a um deputado do PSD. Assim teríamos que o PSD só elegeria 8, contra os 7 que efectivamente elegeu.

Se conseguirem ler o quadro abaixo, é possível verificar que a coligação perdeu 232.530 votos, o que repartidos pelo peso de cada partido em 1998, PSD valendo 79% e o CDS 21%, teriamos que divididas as perdas daria respectivamente 184.188 e 48.342. Ora se assim fosse, o CDS mantinha os dois deputados e o PSD perderia 1, mais o perdido pela redução de eleitos. Ou seja os 2.

Confusos? Talvez, mas esta é a matemática, ciência exacta, mas que aqui pode falhar. Mas é uma explicação que vai de encontro às defendidas por Telmo Correia e que prova que a coligação não foi uma má aposta.

partido EU 1998 EU 2004 DIF EU04/EU98 var
ps 1.493.146 1.511.102 17.956 0,012
psd 1.078.528 0
cds 283.067 0
pcp 357.671 308.858 -48.813 -0,136
be 61.920 167.032 105.112 1,698
psd/cds 1.361.595 1.129.06 -232.530 -0,171
abst 5214769 5354244 139.475 0,027
votantes 3467085 3394356 -72.729 -0,021
brancos 63281 87194 23.913 0,378
nulos 49853 47343 -2.510 -0,050


Nota: se alguém souber como se consegue por estes números num lindo quadro, fica a promessa de lhe pagar um copo no Lux ou em outro sítio à escolha.

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