Hoje resolvi quebrar um silêncio de anos. Um silêncio que vem de muitos anos, mas que acima de tudo julgava não interessar a ninguém. Por isso me mantive calado durante tanto tempo, mesmo mais tempo do que os tabus do Cavaco. Mas ainda tive a esperança que me fizessem a pergunta. Podia ser em program de televisão, rádio, jornal e mesmo em questionário de silly saison por alguma revista cor de rosa. Em vão. Mas a altura chegou.
Há 30 anos atrás estava nas aulas. Aprendia o que me ensinavam. Fomos avisados que as aulas tinham terminado e mais explicações não houve. Já em casa fui informado que tinha havido uma revolução feita em Lisboa por militares, capitães a maior parte deles. Ainda me lembro de estar sentado no muro e ver passar o pai de um amigo meu que era capitão. Ia com ar apressado. E tudo mudou.
30 anos depois, história estudada e muita realidade vivida, diria que o 25 de Abril foi positivo no seu espírito, negativo em algumas das directrizes seguidas.
Ainda hoje sentimos na pele as asneiras feitas com as nacionalizações e o desmembrar do tecido económico, que bem ou mal existia.
No nosso dia a dia verificamos o atraso educacional, atraso esse que não foi recuperado com os 30 anos de democracia apesar de alguns esforços dignos de registo.
Crescemos em estradas, algumas elas já projectadas anteriormente mas o certo é que as vimos nascer no pós 25/4.
A liberdade de pensamento e imprensa é sem dúvida uma das grandes conquistas.
Resumindo, a EVOLUÇÃO é uma realidade, mas a velocidade desta evolução tem que ser maior e mais bem direccionada. E de uma vez por todas a Revolução faz parte da história, onde ficarão registadas as boas e as más situações vividas. Das más temos que aprender a lição, não esquecer, mas não as premiar nem nos tornarmos permissivos. Das boas, registá-las e enaltecê-las.
Pronto, falei sobre o 25 e até disse onde tinha estado. Sinto-me aliviado.
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