sábado, fevereiro 28, 2004

Um muro de separação

Sendo inquestionável que os palestinianos têm direito a um Estado independente, sendo igualmente inquestionável que o Estado de Israel tem de ser responsabilizado por inúmeros atentados aos direitos dos palestinianos, não se podem colocar no mesmo prato da balança regimes e líderes democraticamente eleitos e regimes despóticos e grupos terroristas.

Da mesma forma que tenho a certeza que Israel não tem o direito de redesenhar as suas fronteiras com o dado adquirido de milhares de toneladas de betão, também penso que é criminoso exigir a um povo que, em nome da paz, se deixe matar.


Este é apenas uma passagem de um,mais um, excelente texto que Helena Matos escreve no Público. É por demais evidente que a causa dos palestianos tem sempre uma maior cobertura por parte de alguma comunicação social, em desfavor dos israelitas. É por demais evidente que a esquerda defende publicamente a causa Palestiniana e a direita tem pudores em defender claramente a posição Israelita. É por demais evidente que um suicida palestiano é mais importante do que um autocarro cheio de jovens que em Israel iam a caminho da Faculdade. Sempre que o estado de Israel faz uma investida na Palestina os seus efeitos são sempre muito menos mortiferos e mais cirurgicos nos objectivos que as bombas humanas palestianas. Mas essa situação é sempre esquecida.
No concerto de Pedro Abrunhosa em Lisboa, a música "talvez .." mudou por proposta do próprio para "Talvez Poder". Deu-lhe claramente um tom político. E uma das frases "cantadas" era "os palestianos mortos e os israelitas feridos". É elucidativo.

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