quarta-feira, fevereiro 25, 2004
O embalar campestre
Sair de Lisboa e montar arraiais no campo é um exercício que qualquer um de nós deveria fazer. Não por puro prazer, mas por obrigação cívica. Descobrir as diferenças de hábitos e comportamentos, mas acima de tudo de preocupações. Como estas mudam. Ninguém faz ideia das negociações que envolvem António Vitorino e a Europa, poucos se preocupam com o facto de se ter cumprido o défice. Mas estão preocupados com o provável desaparecimento da estação dos CTT, com a diminuição da oferta de transportes ou com as perdas constantes da agricultura. O ritmo calmo com que tudo se desenvolve, sem o stress das grandes cidades, envolve-nos de tal forma que somos tomados por esse bem estar. As horas são trocadas e assim perdemos os telejornais, os hábitos de leitura são alterados e troca-se a leitura atenta mas apressada de um diário por uma leitura calma e saborosa de um livro. Vem ao de cima a preguiça que vence por KO qualquer pensamento mais elaborado. Prometo voltar com animo redobrado, mas por agora continuo a arrastar-me vagarosamente entre vacas e ovelhas, esquecendo-me das espécies citadinas.
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