A discussão sobre a situação económica do nosso burgo tem sido constante durante os últimos anos. Mas agora apareceu um dado novo. O PS veio dizer que o seu legado foi muito bom. Afirmam orgulhoso que a política seguida entre 1995 e 2002 é que nos fez convergir com a Europa.
Sem entrar em grandes pormenores em relação a esta matéria chamo apenas a atenção para os dados relativos à despesa pública corrente. Isto é chamo a atenção para aquelas despesas que têm a ver basicamente com o dia a dia. Em 1995 correspondiam a 39,8% do PIB e em 2001 chegavam a 40,1%. Estes números podem até demonstrar que houve algum controlo.
O problema está na sua análise mais detalhada. É que em altura de desenvolvimento da economia, as despesas com pessoal passaram de 13,6% do PIB em 1995 a 15,2% em 2001. As despesas com consumo intermédio, com prestações sociais, com subsídios, e as outras despesas correntes também aumentaram. Apenas baixou aquilo que se gastou em juros em 3,2%. Isto é, a despesa corrente primária - aquela que é mais rígida - disparou.
É precisamente por isso que o Governador do Banco de Portugal vem assumir no Boletim Económico de Dezembro de 2003 que "Após um período de excessos de aumento da despesa, era inevitável um ajustamento que sempre daria origem a uma desacelaração do crescimento". Mas continua afirmando "A verdade é que a necessidade de disciplina orçamental continua a impor-se e, neste sentido, o Pacto de Estabilidade e Crescimento continua a não ser letra morta...temos de pensar nos interesses a prazo da economia portuguesa, que implica a recuperação do papel anti-ciclico de política orçamental que só pode exercer-se plenamente após termos atingido uma posição de maior equílibrio".
Apesar disso os socialistas continuam orgulhosos. Todas as entidades independentes os criticam mas não se importam. Continuam a viver numa realidade virtual.
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