Se não bastassem as afirmações de Diogo Vaz Guedes e de José Manuel de Melo sobre as relações entre Portugal e Espanha, hoje Francisco Van Zeller decidiu dizer a um jornal económico, com páginas cor de salmão, o seguinte: "Isto é quase um paraíso fiscal. É um descanso, porque as pessoas depositam o seu dinheiro no banco, movimentam-no como entendem e ninguém tem conhecimento desses movimentos".
Em primeiro lugar "isto", nas palavras do presidente da CIP, é Portugal; em segundo, considero que se deve reflectir sobre a necessidade de alargar o sistema do sigilo bancário para efeitos fiscais, mas não há necessidade de utilizar os mesmos argumentos do Bloco de Esquerda.
Quanto a esta matéria parece-me que o caminho passa por analisar os resultados da aplicação do actual regime. Se a conclusão for a da falta de efeitos do mecanismo actual, então mude-se a lei.
Já agora era bom que Francisco Van Zeller lesse antes um outro jornal económico, agora com páginas de cor branca, em que se anunciam os objectivos de cobrança fiscal para 2004. A meta é a de cobrar mil milhoes de euros, reduzindo em 5% a divida em execução e aumentando a cobrança fiscal em 3,5% face ao previsto no Orçamento que se saldará em 21 660,6 milhões de euros.
Senhor Presidente da CIP para um paraíso fiscal não me parece nada mal.
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