sexta-feira, dezembro 12, 2003

Estradas e mortos. Solução precisa-se

Como Portuense que sou a viver em Lisboa, são muitos os kilometros feitos na autoestrada Porto-Lisboa. A esses, junto ainda mais alguns, a meio da semana, por motivos profissionais. Não sendo um estudioso da matéria tenho, por experiência de visualização, conhecimento das enormes atrocidades praticadas pelos automobiistas Portugueses. É vê-los ao volante. No último fim de semana presenciei, e por pouco não participei, dois momentos verdadeiramente esclarecedores. Saía eu de Lisboa debaixo de chuva forte, crianças aos berros porque tinham perdido a chupeta ou então o boneco, quando sou ultrapassado por um automovel de baixa cilindrada, o chamado veículo ligeiro de passageiros, que teria certamente 4 Schumaker's como ocupantes. Eu circulava a uma velocidade baixa dadas as condições de visibilidade e de segurança, mas foi num ápice, como se eu estivesse parado, que essa rapaziada se distanciou de mim. Mas 2 km mais à frente coube-me a mim passar, e não ultrapassar, por eles. Estavam "capotados", 4 rodas a girar sem sentido nenhum, vidros partidos e um perigo para todos os utilizadores da A1. Chegamos ao Porto. O regresso far-se-ia de novo debaixo de chuva. E assisti a um momento único. Sem perceber como, vejo na faixa contrária as luzes de um carro a apontar para o ar, vejo o carro a passar os separadores e a cair com grande estrondo na minha faixa de rodagem. A uns 50 metros de mim. Só tive tempo de me encostar à direita e seguir caminho perante o olhar assustado dos meus filhos. Bem podem dizer que os acidentes acontecem por causa das más estradas, que eu não aceito. Pode contribuir mas não é causa única. Como cita Miguel Sousa Tavares no seu artigo de hoje no Público , " a chuva por si só não mata. O que mata é a má condução à chuva". Ou seja, os Portugueses não são conscientes das suas responsabilidades. É que as loucuras que eles cometem dentro de um carro, colidem quase sempre com inocentes terceiros. E eu quero poder continuar a fazer as minhas viagens com os meus filhos. Com os seus choros que são sinal de vida. Mas seguros.

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