segunda-feira, outubro 20, 2003

Triste mundo este

Ontem à noite regressava eu ainda animado pelas batidas do espectáculo de Robbie Williams, crente num mundo fantástico em que a música e a alegria eram pontos centrais, quando resolvi ver os telejornais da madrugada. As escutas telefónicas lá estavam elas cheias de força, ao qual voltarei em outro post, quando começou a notícia que me iria fazer perder a boa disposição e complicar o meu sono. Tinha-se passado em Ermesinde e basta isto para que certamente já toda a gente saiba o terror que ali se passou. Sou pai, mas acima de tudo sou um ser humano como tal ser pensante e tenho uma dificuldade enorme em encontrar razões para tamanha malvadez. Como dizia um vizinho, nem os animais são capazes de tais actos. Infelizmente este caso não é único. Ciclicamente somos confrontados com histórias com esta brutalidade. Que levará pais a cometer uma atrocidade destas? Que medidas pode a sociedade encontrar para dimimuir estes riscos? Os vizinhos recordam-se que a pequena Catarina apresentava maus tratos e comportamentos estranhos. Não deveriam ter apresentado queixas na Polícia na Segurança Social, na Associação Portuguesa de Apoio à Viítima? Como foi possível ter entregue a criança a este pai quando se sabia ser ele já arguido num processo de violação de uma enteada? Dentro de 48 horas teremos resposta a esta última pergunta. Será aberto um processo e deduzida culpa. Por mim tudo o que seja abaixo de prisão perpétua é pouco. Sim estou indignado. O problema é que nunca nos indignamos, nunca nos preocupamos com o que nos rodeia, nunca protestamos. O assobiar para o ar é o desporto favorito dos Portugueses. Dizia um dos médicos entrevistados que, quando chegou ao apartamento, um dos polícias chorava perante a cena. Eu desliguei a televisão, fui tapar os meus filhos e rezei. Por eles e por todas as crianças deste mundo.

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