domingo, julho 13, 2003

casa da musica

O projecto casa da música é sem dúvida nenhuma daqueles que ficará para a história, para o País e para a cidade do Porto. É, salvo as devidas porporções, o centro cultural de belém das gentes tripeiras. Até aqui tudo bem. Também o CCB foi criticado, Cavaco insultado, mas a obra fez-se e é das que engrandecem o País. Voltando á casa da música, os prazos foram todos ultrapassados, normal em Portugal, dos orçamentos poucos se devem ainda lembrar do original, típico Português e como tal a culpa não é de ninguém. ( ouvi dizer que 55% das empresas portuguesas dão prejuízo e continuam a funcionar. É como as obras e empresas públicas. e responsáveis não há? ) Mas vamos dar de barato que a obra tem que ser feita, e tem, vai ficar um brinco, e vai, e vamos poder ir ouvir música, e iremos, mas não nos dêem música... Desde o príncipio que os desafinanços são mais do que muitos. Com o passar dos tempos o desgoverno era geral. A capital europeia da cultura terminou e com ela mudou a presidência da câmara e do país. Toca a mudar as administrações de tudo e a casa da música não é excepção. Ou melhor, tal como os gauleses, Pedro Burmester mantêm-se irredutível. Desde o príncipio no projecto tem com ele uma relação estreita. Só que não é seu dono, mas já lá iremos. A falta de coragem em assumir riscos estava delineada, e veio de novo a verificar-se com o desfecho do mais recente episódio. Para agradar a gregos e troianos, diga-se Câmara do Porto e agentes culturais, o ministro da cultura lá consegue encaixar Pedro Burmester. Até tinha começado bem com a nomeação de Alves Monteiro para presidente, mas estragou tudo com as negociatas. Pedro Burmester é um grande pianista, será um grande programador, é um figura cultural da cidade do Porto, mas também não é o único. Há que assumi-lo. Parece-me, uma vez mais, a dificuldade da direita em lidar com a cultura, dando de bandeja á esquerda os pergaminhos e os cargos. Haja coragem. Mas eu até gostaria de saber como é que o ministro, a fazer fé nos jornais, conseguiria pôr Burmester a trabalhar com Artur Santos Silva. Já se terão esquecido da zanga deste com Manuel Maria Carrilho e qual a posição e comentários de Burmester? Certamente que Santos Silva não. E assim a música continua com a nomeação dos restantes administradores. Uma vez mais as cedências. Certamente que teremos novas campanhas de marketing e publicidade e novos logotipos. Só espero que a música não seja sintonizada na rádio Festival.

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