segunda-feira, agosto 09, 2010

Centro Materno-Infantil do Norte

Sobre a atitude irresponsavel e de guerrilha pessoal que Rui Rio e a Camara Municipal do Porto estão a ter relativamente ao "futuro" Centro Materno Infantil do Norte e que prejudica os portuenses, transcrevo um artigo de opinião do Dr. Sollari Allegro (ex. Presidente do Centro Hospitalar do Porto) publicado no JN de domingo, que demonstra bem a situação:

DOBRE DE FINADOS PELO CENTRO MATERNO-INFANTIL DO NORTE

Soubemos esta semana que a Câmara do Porto não autoriza a construção do Centro Materno-Infantil do Norte. Após serem ultrapassados os obstáculos que tinham e ver com o PDM e com a distância aos edifícios vizínhos “inventou” a Câmara novos obstáculos, estes mais etéreos e surrealistas e assim continuará até a obra ser inviável.
A população do Centro do Porto e a população ribeirinha do Douro que recorrem, e recorreram sempre historicamente, às três antigas instituições do centro da cidade, o Hospital de Santo António, a Maternidade Júlio Diniz e o Hospital Maria Pia, não têm direito a uma assistência médica digna na qualidade e nas infra-estruturas hoteleiras. A Câmara do Porto, por motivações de pequena política regional, condena as crianças do Porto a atravessar a cidade ou a ir para Gaia para receber assistência médica. Não fosse o Sr. Secretário de Estado da Saúde futuro candidato à Presidência da Câmara e teríamos certamente um tapete vermelho até à inauguração do equipamento em questão. Basta aliás ver as construções da Reitoria para o ICBAS e a Faculdade de Farmácia, os Edifícios Les Palaces ou os Edifícios Mota-Galiza, na mesma freguesia de Miragaia, para ver como são ridículas as alegações da Câmara.
O Hospital de S. João por mais que melhore o seu funcionamento não conseguirá nunca abarcar e tratar toda a população materno-infantil da cidade, nem é esse o seu destino. Ou mantém a diferenciação ou é submerso pelo habitual. Ninguém é ao mesmo tempo especialista e generalista.
O Hospital de Gaia serve uma enorme população em crescimento e não comportará também o acréscimo de movimento que resultaria da concentração da área Materno-Infantil.
Se estas duas instituições organizarem bem as respectivas áreas “materno-infantil”, em espaço próprio, terão o seu “Centro Materno-Infantil” e dispensarão com facilidade o aumento de volume de trabalho que significam as sessenta mil consultas pediátricas do Hospital Maria Pia e do Hospital de Santo António, os quatro mil partos e os onze mil e quinhentos internamentos da Maternidade Júlio Dinis (números de 2009).
O Centro Materno-Infantil do Norte não representará qualquer aumento da capacidade instalada. Substitui um hospital velho e degradado, apesar das melhorias introduzidas recentemente, e mais que duplica a área útil do atendimento da mulher na Maternidade Júlio Dinis, emprestando-lhes, outro sim, dignidade e conforto. Centraliza numa única instituição toda a área da mulher e da criança em condições dignas e humanas. Não tira nada a ninguém. Soma apenas a experiência e o movimento das três instituições.
É isto que a Câmara recusa á cidade, é isto que a Câmara rouba à sua população mais pobre e vulnerável.

P.S. o problema da propriedade de 800m2 faria dó se não fosse mais uma “guerrinha de alecrim e manjerona”.

2 comentários:

  1. Ouvi dizer que Gaia já ofereceu terrenos para instalar o Centro Materno-Infantil.
    Foi um azar para o Porto, este presidente de câmara...
    JAC

    ResponderEliminar
  2. A gestão que o Hospital de Santo António fez deste "dossier" também foi ruinosa. As culpas não são só de fora ... os tiros nos pés foram muitos, ao longo de muitos anos ...
    Com certo tipo de amigos ninguém precisa de inimigos, e mesmo assim tem-nos ... De facto ninguém aguenta tanto azar junto!

    ResponderEliminar