Do que se duvida é das razões que possam ter levado o ministro "jamais" a conduzir esses estudos; e por uma razão simples. O dito ministro, e seus acólitos, não entendem o conceito de rede ferroviária. Na verdade, pouca gente o entende em Portugal. Grassa a desinformação. Todos confundem, uns ingénua outros deliberadamente, a questão da rede ferroviária moderna com a possibilidade de viajar a mais de 300 à hora, enquanto se toma um cafezinho...
Se entendessem, falavam de mercadorias - quaisquer 100 km/h chegam. Se falassem de mercadorias falavam dos nossos portos oceânicos. E do seu potencial de criação de riqueza e valor acrescentado. Desde que ligados ao centro da Península e à Europa além Pirinéus, em linhas compatíveis. E sabiam o que são rupturas de carga. E porque é que aumentam proibitivamente os custos do transporte de mercadorias. E porque é que matam a competitividade ibérica e europeia dos nossos portos. Em especial Sines; mas também Lisboa e Setúbal. E porque é que é preferível andar "só" a 250, para facilitar o transporte das mercadorias. E o que serão as ecotaxas e as portagens espanholas para as nossas empresas exportadoras, dentro de alguns 1o anos: fatais. E o que custarão as plataformas logísticas a quem nelas investir, se não houver bitola europeia na ferrovia ou os nossos impostos para os compensar. E a urgência que há em aumentar a produtividade dos estivadores... etc, etc.
E é neste imbroglio que se joga a capacidade de investimento do País nos próximos anos; e se hipotecam os ganhos de crescimento potenciais do futuro, comprometendo a qualidade de vida dos nossos filhos (e, porventura, netos também...).
Tudo a troco de umas dezenas de meses de emprego artificialmente acrescido...
É possível um Portugal melhor. Basta querer.
Ó Ventanias, deixas orfão o porto de Leixões?
ResponderEliminarLeixões é caro. É eficiente, mas é muito caro. Tem algum potencial de crescimento, mas nada que se compare a Sines, completado por Lisboa e Setúbal.
ResponderEliminarA Norte, em Portos, Aveiro é que é. Todos, de qualquer forma, beneficiarão da ligação à rede.
No Norte, a rede ferroviária é sobretudo decisiva para as PME's exportadoras. Aí é que está o busilis... e daí a importância de Aveiro-Vilar Formoso (que é como quem diz, Salamanca - ou melhor, Medina del Campo).
Abraço