quinta-feira, junho 23, 2005

Sem desculpa

O editorial de ontem do director da Capital, Luis Osório, já me mereceu umas linhas. Como foram englobadas noutra situação, gostaria de voltar ao assunto.

Como sempre a relação jornalistas V politicos e vice versa é sempre uma relação de complicada definição. Existe um jogo nunca assumido: o jornalista precisa de informação, o politico precisa de espaço para promover as suas ideias ou pura e simplesmente para intrigar.

A relação de confiança que tem que existir entre ambos tem que ser grande e muitas das vezes demora tempo. Isto claro, no patamar do idealismo pelo qual eu me guio nestes dois mundos, dos quais tenho a mania de fazer parte.

Quando um jornalista publica uma noticia com base na sua fonte é com base na verdade. E nessa prespectiva admito que a referida fonte não seja identificada. E o jornalista tem esse direito consagrado. É este direito que permite que bons jornalistas desenvolvam bons trabalhos quer de cruzamento de informações quer de investigação, como o celebre "garganta funda" é um bom exemplo.

Só que muitas das vezes alguns jornalistas, ávidos de uma boa cacha, podem dar cobertura a afirmações em "off", pois sabem que a polémica e o "sangue" vão ser grandes. Não estou a afirmar que tenha sido o que sucedeu na noticia da Capital que despoletou todo a polémica em volta das directas no CDS.

No entanto o jornalista e o jornal deram "espaço" a que fosse lançada a desconfiança sobre pessoas e uma instituição, e tenho a certeza absoluta que o fizeram sem a garantia de provas, até porque elas não existem.

A isto respondeu o CDS, e ao CDS respondeu Luis Osório o sempre violento "justiceiro" quando toca a falar do CDS (recordam-se com certeza do seu editorial em que envolvia Paulo Portas).

A forma como Luis Osório se dirige a duas pessoas, insultando-as despudoradamente, é sinal de mau jornalismo e de abuso do poder enquanto director de um órgão de comunicação social. Não me lembro de exemplo igual, e já foram muitas as vezes que a comunicação social foi criticada.

Não é dessa forma que se defende nem a dignidade dos jornalistas e muito menos a credibilidade de um jornal. Percebo que queira defender os "seus" homens. Só lhe fica bem enquanto líder da sua redacção. Mas perde toda a razão da forma como o faz.

Parece que este senhor adoptou a máxima de Jorge Coelho "Quem se mete com os jornalistas da Capital leva".

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